domingo, 5 de outubro de 2008

...todos as horas fossem essas...

Parece um brilho que escorre.
Damos por nós a falar num futuríssimo a haver. Cães, gatos não. Enrolados em algodão. A ver o verde a entranhar-se-nos no cabelo e entre os beijos, um dourado lavado a roçar-nos a testa.






Fossem meus os tecidos bordados dos céus,
Ornamentados com luz dourada e prateada,
Os azuis e negros e pálidos tecidos
Da noite, da luz e da meia-luz,
Os estenderia sob os teus pés.
Mas eu, sendo pobre, tenho apenas os meus sonhos.
Eu estendi meus sonhos sob os teus pés
Caminha suavemente, pois caminhas sobre meus sonhos.


(Yeats [and you])






[eu tinha aberto o blogger para traduzir toda a imensidão que trago em mim... esgrimir palavras bonitas e imperfeitas, tentar reproduzir de forma parca toda esta suavidade impetuosa... e chegas tu e atrvessas letras no caminho que percorro ... o meu eu reduz-se a uma contemplação e um sorriso]

Às vezes lembro-me de ter medo ...
tenho um medo não sei do quê.
Penso que as palavras podem pesar,
que os olhos podem cansar e os cheiros desvanecer.
Nessas vezes, sento-me no conhecido canto da escuridão
onde o cheiro a só se entranha
e o silêncio ecoa nas rugosidades da alma.
Restos a persistir na esquina.

2 comentários:

Liliana Bárcia disse...

passei por aqui.

Vestígios de luz …salpicos de mar … disse...

Se todos os vazios fossem como o vazio do teu peito…
Todo o ser seria uma lágrima com cheiro de mar ..