terça-feira, 21 de julho de 2009

Na curva do silêncio aprendem-se cheiros novos.
Como o cheiro a rosmaninho enquanto dedilho a tua cabeça adormecida no meu ombro ou o cheiro a narizes que se roçam à esquimó até que um desista e sucumba às cócegas.
Esgarçam-se os fios da felicidade até que a memória não mais consiga absorver, e depois abrem-se os pulmões até que nos doa a realidade.

domingo, 12 de julho de 2009

Boomerang

Das temperanças necessárias e urgentes para um pé bem assente no funambulismo que nunca pensei ser capaz de obter.
Das certezas peremptórias das portas fechadas por esta mão que vos escreve e o desenhou de olhos fechados com o luar a recortar sorrisos inexistentes.
Das palavras que já sabem o seu lugar de impactantes sem resultado, vectores sem direcção nem sentido.
Das pessoas que não conseguimos deixar de guardar num pódio invisível.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ora então é assim

Caput.
Eis o som que se faz quando as palavras não nos dizem nada. Bem tentam, bem se esfregam contra a garganta, mas o sentido liquefaz-se na borda da boca, e as palavras apenas se aglutinam e não há raciocínio que se lhes consiga decantar.

Sou uma pessoa estranha que não se entranha. Estranha-se, estranha-se, e é essa a sensação que fica. Não me lamento, aprendi a torcer o meu próprio braço, a medir e a conter as palavras que antes me fugiam desabridas, aprendi a serenar e a medir metades de distâncias para encontrar meios termos. E é essa aprendizagem, que se requer constante, que me diz que nem sempre remar nos leva a algum lado.

Deixo-me estar.
Porque não?