sábado, 20 de setembro de 2008

Silêncio

... e de repente sinto-me microscópica, invisível. O tumulto persiste e eu quedo-me num vazio desconhecido. Tão abrupta a queda que nem reparo nas cores que escorrem.
Algures, sei-te nesse chão temido, a almofadares a minha queda, a torná-la apetecida, confortável, amena. Algures num silêncio quente.
E é assim, que no desconforto da minha pequenez, temo os teus braços e o teu olhar, trazendo em ti a plenitude do teu sorriso. Escondo o medo no recanto mais claro que tenho, a ver se seca, morre, e cai. E no dia em que o desmascarares, esta queda terá fim, aterrarei suavemente no tapete que me estenderes, levantar-me-ei, e saberei que o que o silêncio esconde no seu casulo infindável.
(cinzenta ... há dias em que me vejo cinzenta, são os dias em que a tua gargalhada efusiva me falta como se de ar se tratasse, e é nesses dias que o tempo não flui, os minutos são blocos de granito que não encaixam, e as horas acumulam-se no meu peito a lutar entre si)

sábado, 13 de setembro de 2008

Nas entrelinhas

Na minha cabeça consigo ordenar as palavras e dar-lhes sentidos únicos e ímpares. E tudo se compõe e alinha numa perfeição indizível, como as contas de um fio imaginário, habilmente manuseado por mãos que não as minhas pequenas e secas mãos. 
Nessa história, um qualquer vestígio de inverno é apagado pela brisa de outono que emana dos olhos quando sopras para que o mundo continue a girar. Todo a brisa é tua, e os teus braços sustentam o nosso mundo onde a chuva é quente e doce, onde o sol beija cada passo na calçada, onde somos crianças e tudo tem o brilho das manhãs de fim-de-semana passadas em frente aos brinquedos que tínhamos, onde amar passa por muito mais que a partilha da carne, em que somos um sendo tantos mais. Somos o toque que amamos e tocamos o que amamos. 
Somos a leveza. Somos o sorriso imenso. És o meu ponto de chegada, em mim.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Amanhã ....

O texto que se segue não foi escrito por mim. Não tenho, e duvido que venha a ter, a capacidade de transportar tanto dentro de mim traduzivel em tao poucas palavras... Mas completa-me saber que foi escrito para mim, num misto de saudade e desejo que ganha asas e traz calor...

"és rio que inunda a curiosidade, leito que abandona flor, desfecho perdido no horizonte encerra a passagem num talvez, pergunta a palavra ao solo disposto, espelha o sorriso de um oceano escondido"

terça-feira, 9 de setembro de 2008

...

Está feita a mudança.

Anos velhos e a cheirar a mofo, a saudade, a sal, a tudo o que não existiu... anos passados do lado errado do coração.

Every new beginning comes from some other beginning's end...