domingo, 22 de novembro de 2009

Por enquanto

Dias, meses, semanas, anos. E descontam-se. E fazem-se contas.
Mas o tempo não passa. Ou seremos nós que não passamos pelo tempo. Tempo, que nada mais aparenta ser que um bom par de dias que se sucede infinita e pasmadamente.


Gastei os olhos. Não hoje, mas ainda antes de ter percebido que tenho os olhos gastos. Na pressa de não perder, perdi-me. Entre os rostos de sempre e os que ficarão para sempre, esqueci-me de subir as escadas e agora tropeço nos degraus que estão mais instáveis. Eventualmente talvez sempre o tenham sido. Mas agora é que tremem e me dificulta a subida. Onde estão agora?
Gastei os olhos e derreti as asas.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Eros & Tanatos

Diz-me o saber enraizado na profundeza dos anos que Freud nem sempre estava errado.
Saber longe é frio. É como se os quadros que andámos a pendurar na parede fossem subitamente levantados por um vendaval imperceptível. À luz de velas, como o retrataria Hitch. Não.

Apetece-me fechar a porta e não regressar. Pegar-te na mão, encostar-te à janela e não me calar enquanto repetimos que nada é melhor que o momento em que o recordamos.
E assim será.