terça-feira, 10 de março de 2009

Dos rios

Estava à beira do Tejo, olhos postos nas águas que não serão as mesmas ao meu próximo olhar. Heráclito, ninguém se banha duas vezes na água do mesmo rio. A lei de Lavoisier no seu expoente máximo, nada se perde, nada se ganha, tudo se transforma.
Nesse tempo, o da beira-rio, era um mar de risos que me ecoava na cabeça, a tentar ocultar uma dor da qual não tenho memória. Hoje, quando passo pelo rio, fecho os olhos para trazer esse momento aos confins da retina, vejo-o tão nitidamente como se viajasse no tempo.
É por isso que o amor nos transforma, é nisso que o amor nos transforma. Sem nos perdermos, não seremos os mesmos. Bebo o passado de um trago, aconchego-o no peito, e vejo-o mudar, cambiantes efémeros, enquanto dou a mão ao futuro.


Este sorriso não precisa de memória...

4 comentários:

pzs disse...

...

Bom quando se alimenta dos dias presentes.

Green Tea disse...

melhor ainda quando do presente se projecta um futuro que é "apenas" a soma de sorrisos que alimentam :)

pzs disse...

...

Lindo!!!
Tu és fantástica : )))

Uma delícia passar aqui.
obrigado

Tiago disse...

a maior parte das vezes custa dar a mão ao futuro, mas normalmente acaba por ser a solução mais fiável.
mas também há vezes que não custa, torna-se natural dar esse passo. situações.