terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Nas linhas da mão

Enredam-se tecidos de palavras. Cada tecido tem um tom, uma textura. Estendo-os sobre a cama, gosto de ver os afectos tangíveis. Cada tecido, cada prosa, cada letra, apenas conduz a uma outra palavra que se enrola numa curva de frase perfeita. Tal que o sorriso apenas podia ser este: cheio, pleno, ternurento, indizível. É neste labirinto de aromas e toques que me deixo adormecer. Pode ser que o sonho, o que seduz a paz, me lembre do tempo em que a aspereza da saudade se infiltrava. Mas hoje, enquanto me visto em frente ao espelho, qualquer pano me faria sorrir. É a suavidade das horas que sorriem e escorrem partilhadas.

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