sábado, 13 de setembro de 2008

Nas entrelinhas

Na minha cabeça consigo ordenar as palavras e dar-lhes sentidos únicos e ímpares. E tudo se compõe e alinha numa perfeição indizível, como as contas de um fio imaginário, habilmente manuseado por mãos que não as minhas pequenas e secas mãos. 
Nessa história, um qualquer vestígio de inverno é apagado pela brisa de outono que emana dos olhos quando sopras para que o mundo continue a girar. Todo a brisa é tua, e os teus braços sustentam o nosso mundo onde a chuva é quente e doce, onde o sol beija cada passo na calçada, onde somos crianças e tudo tem o brilho das manhãs de fim-de-semana passadas em frente aos brinquedos que tínhamos, onde amar passa por muito mais que a partilha da carne, em que somos um sendo tantos mais. Somos o toque que amamos e tocamos o que amamos. 
Somos a leveza. Somos o sorriso imenso. És o meu ponto de chegada, em mim.

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