quinta-feira, 23 de abril de 2009

Em pausa

O silêncio não é maior. É o eco dos passos que não dou que se abeira de mim, é esse o eco que tem toda a dimensão, que invade os muros da noite e esconde a luz que julgava segurar com força na mão direita.
Restos do dia impregnam-se na retina e persistem nos ouvidos, transformados pela passagem inexorável do tempo... E nestes restos de dia, tanto que desejava que tivessem sido dias diferentes...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

É tarde

Tarde para reflectir, agora que os espelhos se aguçam e soltam dos tectos das ideias.
Abro os olhos e o rio não voltou. Fecho o corpo e a dor não partiu. Ensaio um sorriso e a visão permanece toldada. Há (mesmo quem tenha de) partir para (eu) ficar.

domingo, 12 de abril de 2009

Da verdade

Não se ouve porque o pensamento é invisível aos olhos, espraia-se na mente mas não provoca ruído algum.
Sente-se, e a verdade existe. Onde a quiser encontrar, ela olha-me, vê-me, quase me toca. Todos os dias. Mas mais hoje.

domingo, 5 de abril de 2009

Esse mar ...

Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.




Pudessem os dias ser a paz que abraçamos. Pudessem as mãos sentir o que a garganta cala. Pudesse o sol queimar a saudade. Pudesse o deserto ser atravessado num voo rasante. Pudesse o mundo parar por um segundo para que te visse, assim, só como és. Pudesse o futuro desvelar-se da ansiedade. Pudesse a humidade dos olhos ser fruto da alegria. Pudesse o amor apenas ver.
E se assim fosse, ainda estaria eu aqui?

"Abraço o teu caminho e divago contigo para qualquer rumo"
(qualquer coisa possível fez-nos acreditar)